Ainda que a Ciência afirme, e mesmo que a fé faça pressentir;
E apesar do justificado crédito àquela porção da mente que costumamos denominar “razão”, é saudável para o homem desconfiar das verdades absolutas, das convicções inabaláveis, das plenas certezas e argumentos irrefutáveis.
Faz bem à alma deixar as janelas abertas e consentir que a luz, o vento e os murmúrios do Cosmo circulem livremente pelos corredores de sua consciência, despertando lembranças e propondo aventuras pelo inexplorado campo do próprio Eu.
Faz bem à alma subir a montanha de sua condição mundana a fim de contemplar o horizonte a partir de um plano mais elevado. Ainda que o esforço seja extenuante, desalentador e incômodo, a paisagem compensa toda a aridez da escalada.
Uma vez descortinada a vastidão do ignoto universo interior, dúvidas e certezas se dissolvem na comunhão com o Mistério.
E o resto é silêncio.
Auro Barreiros
6/1/2014
2 comentários:
Lindo texto!
Grato pela generosidade.
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